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Juan Pablo Bonet (1563-1633)

Juan Pablo Bonet (1573–1633) foi um padre Espanhol, educador e pioneiro na educação de surdos.
Bonet publicou o primeiro livro sobre a educação dos surdos em 1620, em Madri com o título Redução das Letras e Arte de Ensinar a Falar os Mudos. Foi educador de Luís Velasco, um surdo, filho de Juan Fernandez Velasco, Condestável de Castela, para quem Bonet era secretário particular.
O seu método, ao ensinar surdos, explicava que seria mais fácil ensinar o surdo a ler, se fosse usado um alfabeto manual (datilologia). Um desses alfabetos já existia há cerca de 30 anos. No entanto, apesar do uso do alfabeto manual, Bonet proibia o uso da língua gestual.

Jacob Rodrigues Pereira (1715-1780)

Jacob Rodrigues Pereira (11 de Abril de 1715 - 15 de Setembro de 1780) foi educador de surdos, francês, que embora usasse gestos, defendia que os surdos deveriam ser oralizados.
Nascido em 1715 em Berlanga, Espanha no seio de uma família cripto-judaica Portuguesa de Chacim, Trás-os-Montes. Era filho de João Lopes Dias e Leonor Rodrigues Pereira e o seu nome de batismo era Francisco António Rodrigues. Em cerca de 1741, com a mãe e irmãos, emigrou para Bordéus onde regressou ao Judaismo e adoptou o nome Jacob, tendo a sua mãe adoptado o nome de Abigail Rivka Rodrigues.
Foi em França que desenvolveu o seu trabalho com surdos. Usava o alfabeto manual para o ensino da fala. Nuca publicou seus estudos, sendo que apenas se conhecem os seus métodos devido ao testemunho de alguns de seus alunos e alguns documentos que a família conseguiu preservar - esses métodos consistiam na crença de que a configuração da mão designava a posição e o movimentos dos órgãos de fala aquando da produção do som, além das letras usadas na escrita para representar o som.
Modificou o alfabeto manual de Bonet, fazendo corresponder a cada gesto, um som.
Embora toda a vida tenha defendido que a fala era necessária ao surdo, nos últimos anos aceitou a ideia de que a língua gestual era a melhor forma de comunicação entre surdos.

Laurent Clerc (1785-1869)

Louis Marie Laurent Clerc, nasceu do dia 26 de dezembro de 1785, em La Balme-les-Grottes, França.
Quando ele tinha 1 ano de idade, Clerc, enquanto momentaneamente sem vigilância, caiu de uma cadeira para a lareira, sofrendo um golpe na cabeça, causando uma cicatriz permanente no lado direito de seu rosto abaixo de sua orelha. Sua família acreditava que foi o acidente que o privou de sua audição e olfato. Porém, Clerc escreveu mais tarde que isso poderia não ser certo, ou seja, ele poderia ter nascido surdo e sem a capacidade de sentir cheiros. A cicatriz deixada pelo acidente inspirou seu sinal na língua de sinais (dois dedos tocando a bochecha direita).
Clerc participou da famosa escola para surdos em Paris e foi ensinado por Abbe Sicard. Clerc, eventualmente, tornou-se professor lá.
Em 1815, ele viajou para a Inglaterra para dar uma palestra e la conheceu Thomas Hopkins Gallaudet. Gallaudet foi convidado a visitar a escola em Paris, onde, em 1816, ele convidou Clerc para acompanhá-lo para os Estados Unidos e estabelecer a primeira escola permanente de surdos (escola Americana para Surdos), em Hartford, CT. Juntos eles ajudaram a criar diversas escolas para surdos.
Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES)

Tudo começou com ele, Ernest Huet que foi convidado a vir ao Brasil pelo imperador D. Pedro II em julho de 1855 e apresentou ao imperador D. Pedro II um plano para a criação de um estabelecimento para surdos. Neste documento também informa sobre a sua experiência anterior como diretor de uma instituição para surdos na França: o Instituto dos Surdos-Mudos de Bourges.
Com o plano já aprovado a primeira escola para surdos começa a funcionar em 1° de janeiro de 1856. Mesma data em que foi publicada a proposta de ensino apresentada por Huet. Essa proposta continha as disciplinas de Língua Portuguesa, Aritmética, Geografia, História do Brasil, Escrituração Mercantil, Linguagem Articulada, Doutrina Cristã e Leitura sobre os Lábios.
Em 1908, a data de fundação do instituto e alterada através do artigo 7º do decreto nº 6.892 que transfere a data da fundação para a da promulgação da lei 939 de 26 de setembro de 1857, que em seu artigo 16 incisos 10, consta que o império passa a subvencionar o Instituto.
O INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos) é o centro nacional de referência na área da surdez no Brasil, sendo um órgão do Ministério da Educação. Localizado na cidade do Rio de Janeiro, foi a primeira instituição nesta área no Brasil, fundada por D. Pedro II em 1857.
Entre os objetivos institucionais do INES estão a produção, o desenvolvimento e a divulgação de conhecimentos científicos e tecnológicos na área da surdez em todo o Brasil, além de subsidiar a Política Nacional de Educação.
No seu percurso de quase dois séculos o Instituto respondeu pelas seguintes denominações:
1856/1857 – Collégio Nacional para Surdos-Mudos
1857/1858 – Instituto Imperial para Surdos-Mudos
1858/1865 – Imperial Instituto para Surdos-Mudos
1865/1874 – Imperial Instituto dos Surdos-Mudos
1874/1890 – Instituto dos Surdos-Mudos
1890/1957 – Instituto Nacional de Surdos Mudos
1957/atual – Instituto Nacional de Educação de Surdos

Congresso de Milão (1880)


Em 6 até 11 de setembro de 1880, houve um congresso internacional de educadores surdos na cidade de Milão na Itália. Nesse congresso ocorreu uma votação proibindo oficialmente a língua de sinais na educação de surdos .
Desde sua aprovação em 1880, as escolas em todos os países Europeus e nos Estados Unidos mudaram para a utilização terapêutica do discurso sem língua gestual como método de educação para os surdos.
Em consequência disto, a qualidade da educação dos surdos diminuiu e as crianças surdas saíam das escolas com qualificações inferiores e habilidades sociais limitadas.
O Congresso de Milão, foi um momento obscuro na história dos surdos, uma vez que lá um grupo de ouvintes tomou a decisão de excluir a língua gestual do ensino de surdos, substituindo-a pelo oralismo (o comitê do congresso era unicamente constituído por ouvintes). Em consequência disso, o oralismo foi a técnica preferida na educação dos surdos durante fins do século XIX e grande parte do século XX. Alexander Graham Bell teve grande influência neste congresso.


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